No chão onde passo
Forquilha de pedras
Num carro de mão
Pedaços de arte
Que ficam no chão
Um corpo curvado
Esculpindo a calçada
Carícia na terra
Em cada pancada
Em tela de areia
Pincel de metal
Lascando a preceito
No toque final
A negra que surge
Partida em metade
É bico de um corvo
Da minha cidade
A luz vai baixando
O sol se encobrindo
E o corpo curvado
Ainda esculpindo
A barca já feita
De luto vestida
No branco envolvente
Contraste de vida
E o maço a compasso
Batendo no chão
E a areia varrida
No carro de mão
E um corpo curvado
Se ergueu de cansaço
E um quadro ficou
No chão onde passo
Música: Miguel Rebelo
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